Resistência e alternativa
Gostaríamos de abordar um pouco mais os motivos que nos movem ao encontro das artes tradicionais. Cremos que a imposição do modelo predominante de desenvolvimento, fundado na idéia de progresso, na busca de lucros imediatos e na imposição da indústria cultural tem alterado radicalmente a produção material e simbólica das comunidades tradicionais e suas manifestações artísticas.
A manifestação artística tradicional faz parte da vida geral da comunidade. Resiste e se contrapõe a vários aspectos da ordem capitalista, negando a lógica do mercado e reintroduzindo um universo, considerado por muitos como “despudorado e irracional”. Ao analisar elementos da festa popular brasileira, Roberto Da Matta afirma que essa festa “[...] incita a um abandono do individualismo, quando pede proteção mágica contra um mundo que, ao contrário do que assegura o credo burguês, não é nem linear, nem racional [...] Finalmente, porque as festas negam o poder do mercado, do dinheiro, e de um tipo de racionalidade (capitalista) que constrói os preços e o mundo.”
A construção dos preços e do mundo tem se intensificado com o processo de globalização. Porém, como nos alerta Renato Ortiz, a dita globalização é uma falsidade que aparece como verdade, uma vez que, de fato, não existe um intercâmbio econômico e cultural equilibrado entre todos os países. O que se observa é uma mundialização da cultura do consumo, que ao se tornar impositiva leva a um desmantelamento de modos de vida tradicionais que ainda carregam em si elementos que não fazem parte dessa lógica (capitalista). Esse desmantelamento dá-se no plano cultural e ideológico, em particular pela indústria cultural e pelos meios de comunicação de massa.
Tais meios de comunicação de massa, na afirmação de Maria Nazaré Ferreira, atuam, por um lado, na desintegração dos “[...] valores culturais, históricos, morais, éticos e estéticos dos povos latino-americanos, e, de outro, globalizam, homogeneizando gostos e costumes”. Em outras palavras, a cultura hegemônica (que se impõe e prevalece) se alarga cada dia mais, “mundializando” a cultura do consumo e o modo de vida capitalista e perpetuando uma relação predatória com a natureza. Há, nesse sentido, um desmantelamento dos modos de vida tradicionais e a desintegração de valores culturais que trazem em si as formas de explicação, compreensão do mundo e vivência diferentes daquelas defendidas pela cultura que prevalece e se impõe na maior parte do mundo atual. Ao passo que nesse ultimo tipo de cultura (capitalista), está presente o individualismo, a concorrência e a depredação da natureza. Nas culturas tradicionais encontram-se valores tais como a reciprocidade, a troca, o respeito ao outro e à biodiversidade, que podem servir na busca por um novo paradigma (parâmetro/modelo) de construção social.
Piau
Tais meios de comunicação de massa, na afirmação de Maria Nazaré Ferreira, atuam, por um lado, na desintegração dos “[...] valores culturais, históricos, morais, éticos e estéticos dos povos latino-americanos, e, de outro, globalizam, homogeneizando gostos e costumes”. Em outras palavras, a cultura hegemônica (que se impõe e prevalece) se alarga cada dia mais, “mundializando” a cultura do consumo e o modo de vida capitalista e perpetuando uma relação predatória com a natureza. Há, nesse sentido, um desmantelamento dos modos de vida tradicionais e a desintegração de valores culturais que trazem em si as formas de explicação, compreensão do mundo e vivência diferentes daquelas defendidas pela cultura que prevalece e se impõe na maior parte do mundo atual. Ao passo que nesse ultimo tipo de cultura (capitalista), está presente o individualismo, a concorrência e a depredação da natureza. Nas culturas tradicionais encontram-se valores tais como a reciprocidade, a troca, o respeito ao outro e à biodiversidade, que podem servir na busca por um novo paradigma (parâmetro/modelo) de construção social.
Piau
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