quarta-feira, 18 de março de 2009
O sentido da comunicação
Informações técnicas no mundo Caipira
Lembrei-me de um fato divertido.
Depois de ter quebrado o dedo do pé no carnaval fui a hospital em Taubaté. O médico me atendeu e disse que assim que chegasse em Uberlândia procurasse um ortopedista para fazer o acompanhamento. Chegando fui ao médico. Ele, como bom médico mineiro, explicou toda minha situação, em termos muito técnicos:. Abaixo reproduzo, mais ou menos, o diálogo com o dito doutor.
Médico: Uai seu moço, que ocê aprontou?
Eu: Caí e provoquei uma luxação no dedo.
Médico: Óia, não há de vê que o trem tá bão, tá sequim, sequim
Eu: Doutor, como não tá dolorido, parei de tomar remédio pra dor.
Médico: Isso mesmo, toma não. Isso é tudo veneno, toma não! Depois vai virando uma inhaca no seu estômago vira um peteco.
Médico: Ó, vou fazê de novo o curativo, pro dedo ficá queto, mais num dexa moiá não. Machucado e umidade num cumbina. Inflama, istora os ponto, fica aquela gosma amarela saindo, o trem abre que nem uma flor, ai dá uma trabaiera danada. Dexa moiá, não!
Médico: Quer uma licença (explico que estou fazendo uma pesquisa)
Eu: Dr, posso continuar viajando e trabalhando?
Médico: Pode sim, tranqüilo. Só num apoiar com o dedo machucado e num deixar úmido, tá tudo certo.
Sexta em Brasília ocê tira os ponto, tá bão?
Médico: Ó, gostei docê. Bom trabalho e boa viagem.
O trem bão ser atendido por um doutor caipira, a gente se sente muito bem informado.
Piau.
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