quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sambadando!!!!

AO SOM DO COCO DE UMBIGADA

Já a 11 anos acontece no bairro de Guadalupe, em Olinda, a Sambada, uma grande festa onde vários mestres da cultura popular vem para tocar e cantar o coco. Até pouco tempo atrás, o público dançava e acompanhava os mestres desde sábado a noitinha até a manha do domingo no primeiro fim de semana de cada mês. Mas pra variar, com esta ditadura do sono que as autoridades estão impondo à nós, amantes da "boemia cultural", este ano a sambada encurtou, e está terminando por volta da meia noite.

Mãe Lucia

Foi esta lei que justificou a invasão de mais de quarenta policiais fardados na sambada de fevereiro deste ano. Ouvimos, chocados, o relato de Mãe Beth de Oxum sobre o problema que teve com a policia do bairro de Guadalupe, em Olinda, onde a sambada – e o ponto de cultura – acontecem. Em dezembro de 2008, um policial que vivia encrencando com o batuque passa embriagado no meio da sambada e atira. Por sorte ninguém se machucou, e Bete deu parte na polícia.

Na sambada de fevereiro, quando grupo infantil Coco de Umbigadinha se preparava pra apresentar, os policiais chegam pra acabar com a festa. Tomram, agressivamente, os instrumentos das mãos das crianças e queriam levar mãe Beth presa pra delegacia. Protegida pela vaia do público que ali se encontrava, mãe bete conseguiu se refugiar no Centro Cultural, onde os policiais não tinham mandato pra entrar. Os instrumentos foram pra delegacia, inclusive a zabumba centenária que pertenceu ao avô do marido de Beth, família que leva o coco como tradição a muito tempo.

Bete de Oxum


“Você já viu um piano ser confiscado pela polícia?” Diz Beth, sobre o dia em que a polícia tomou a força a zabumba das mãos de seu filho de 13 anos e jogou em um deposito da delegacia de Olinda.


Público da Sambada
Bete conta como uma das suas filhas de apenas sete anos ficou traumatizada desde o dia que a polícia invadiu a sambada. A incompreensão com a agressividade do tratamento que receberam a sua mãe, os instrumentos que aprendeu a respeitar , a tradição que vive intensamente, levou a menina a uma serie de questionamentos e , por um tempo, recusou de brincar o coco. Pouco a pouco ela foi se soltando novamente, mas Bete conta a indignação que sentiu ao acompanhar este processo.

“ Como a gente passa a vida ensinando os meninos a valorizarem nossa espiritualidade, nossa ancestralidade, nossos instrumentos e vem a policia e confisca tudo?(...) A gente não é marginal não, é cidadão...(...)



Sambadadecoco.blogspot.com
Por: Bruna

Um comentário:

  1. Bom dia tudos,

    Sou Frederic, um amigo frances do Piau que ele conheci em Belem e Sao Luis, ao tempo do Carnaval 2007. E so a primera vez que eu do uma volta pelo seu blog mas fiquei muito impressionado. Parece que estao fazendo uma viagem increivel, ja fiquou com siume ! s fotos sao super lindas.

    Provavelmente ja conhecem o antropologo frances Levi Strauss que viajo pelo Brazil nos anos 1930. Ele escrevi 20 anos depois um livro sobre isso ( Tristes Tropiques). E literario de mais para ser uma obra scientifica mas alem de ser muito bem escrita , te faz fiajar a traves o mundo e o tempo para te contar um poco da historia da humanidade. Si ja nao e feito, meu melhor concelho seria de dar uma olhada para aquele livro.
    Desejo para voces de continuar assim. Felicidade, saude e bom viaje !

    Ciao

    Frede

    PS ; Piau, amigo, cade voce ? Faz tanto tempo que nao te vi. Vou te dar um pocou das minhas noticias, ta ? O ano pasado, morava numa cidadinha dum quilombo do Rio Maroni que faz fronteira entre Suriname e a Guyana francesa. Eu estava professor para a criança lá. Estava bastante duro mas super interessante. Perdi o travalho por causa de conflicto com os meus chefes. O esistemo lá, typo neo colonial, tenta de esconder coisas bem feias. Este ano, estou fazendo uma formacao em turismo sustentavel. 10 dias atras chegei em Oyapoque 9(fronteira com a Guyana fr) para fazer o meu estagio no parque nacional de Cabo Orange. Eu vou estudar as possibilidades de desinvolver um turismo responsavel lá. Nao e a primeira vez que eu vou pesquizar no Brazil, voce ja sabe, mas eu espero que va acontecerse melhor que a ultima vez. Si por a caso voce passa perto, tem que me avisar viu ?

    Um abraç amigo. Espero que daqui a poco a gente vai se encontrar de novo.

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