Dias intensos nos esperavam. Recebemos um convite para conhecer Grajauna, região da Estação Ecológica Juréia-Itatins que possui uma das mais preservadas áreas de mata atlântica do país e habitada pela família do Prado há cerca de 400 anos.
Dezoito quilômetros de areia separam a Estação Ecológica do lugar onde estamos. Existia a possibilidade de fazermos a trajetória a pé, como muitos já fizeram, mas esta idéia foi logo descartada. Todos esses quilômetros de areia mais três horas de caminhada no morro desencorajavam a duas urbanitas acostumadas a carros, ônibus e metrô.
Com Piau no volante fomos enchendo o carro com todos os que subiriam a trilha. É tempo de fazer farinha, a casa da matriarca precisava dos filhos e netos para a atividade. Primeiro Dalva e Pedro, seguidos de Glória e Heber, na areia, Marquinhos.
Era aproximadamente sete e quarenta da manhã, a maré ainda baixava e a possibilidade de atolarmos diminuiu, mas nunca chegou a se extinguir.
Na entrada da Estação nos despedimos de Piau e iniciamos a caminhada. Velozes, as mulheres logo assumiram a ponta e sumiram de nossas vistas, ainda tinham a roça de mandioca.
Os garotos, atenciosos que são, nos faziam companhia e nos mostravam as plantas, insetos, pegavam frutas para provarmos, faziam copos com a folha do caitê demonstrando domínio e conhecimento da natureza de onde nasceram. Já o conhecimento de história, mostravam explicando a origem londrina dos postes de telégrafo que encontrávamos no caminho trazidos na época do império.
Na trilha da verde mata cheiros, sons, cores aguçavam nossos sentidos. Mata fechada, mata aberta, cantos de pássaros, milhares de mosquitos, borboletas, aranhas, umidade, um forte aroma de baunilha, minha maior descoberta, a essência de baunilha vem de uma orquídea encontrada na mata atlântica.
Dezoito quilômetros de areia separam a Estação Ecológica do lugar onde estamos. Existia a possibilidade de fazermos a trajetória a pé, como muitos já fizeram, mas esta idéia foi logo descartada. Todos esses quilômetros de areia mais três horas de caminhada no morro desencorajavam a duas urbanitas acostumadas a carros, ônibus e metrô.
Com Piau no volante fomos enchendo o carro com todos os que subiriam a trilha. É tempo de fazer farinha, a casa da matriarca precisava dos filhos e netos para a atividade. Primeiro Dalva e Pedro, seguidos de Glória e Heber, na areia, Marquinhos.
Era aproximadamente sete e quarenta da manhã, a maré ainda baixava e a possibilidade de atolarmos diminuiu, mas nunca chegou a se extinguir.
Na entrada da Estação nos despedimos de Piau e iniciamos a caminhada. Velozes, as mulheres logo assumiram a ponta e sumiram de nossas vistas, ainda tinham a roça de mandioca.
Os garotos, atenciosos que são, nos faziam companhia e nos mostravam as plantas, insetos, pegavam frutas para provarmos, faziam copos com a folha do caitê demonstrando domínio e conhecimento da natureza de onde nasceram. Já o conhecimento de história, mostravam explicando a origem londrina dos postes de telégrafo que encontrávamos no caminho trazidos na época do império.
Na trilha da verde mata cheiros, sons, cores aguçavam nossos sentidos. Mata fechada, mata aberta, cantos de pássaros, milhares de mosquitos, borboletas, aranhas, umidade, um forte aroma de baunilha, minha maior descoberta, a essência de baunilha vem de uma orquídea encontrada na mata atlântica.
Quarenta minutos e termina a primeira subida, o corpo começa a se acostumar com a caminhada. Descendo, sentíamos o músculo próximo ao joelho. O primeiro descanso, uma parada rápida na cachoeira que estava a vinte metros do mar. Mais duas cachoeiras, a segunda subida, curvas, muitas curvas, a segunda descida, chegamos no Rio Verde. Faltava apenas uma hora de caminhada, mas agora numa estrada reta. No caminho mais mosquitos, frutas e uma cobra que curiosa peguei na mão.
por Camila Pierobon