quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Museu Vivo do Fandango

Fotos: Camila e Fiorela


Iguape, litoral sul de São Paulo, Brasil. Região de praias, mangue, vegetação de restinga e muita Mata Atlântica. Fusão do índio com o português e, em menor medida, com o negro que se evidencia no cultivo da mandioca, na arquitetura colonial das ruas do centro histórico, na produção de cestaria, no uso do pilão e na confecção de instrumentos musicais. Elementos que compõem um modo de viver baseado na agricultura e pesca de subsistência e no artesanato.

Uma das principais formas de expressão cultural dessa região é o fandango, manifestação de música e dança que tem sua origem nos mutirões organizados entre os vizinhos para o trabalho na roça ou na construção de casas. O baile de fandango era oferecido como forma de pagamento pelo serviço prestado. Música e dança como elementos indissociáveis de um modo de viver em comunidade. Foram as transformações decorrentes do crescimento urbano e das alterações no estilo de vida que fizeram com que o fandango de certa forma perdesse sua força, sendo mantido apenas por algumas famílias e grupos que ficaram à margem desse processo.

De uns anos para cá, diversas iniciativas levadas à cabo por associações de moradores, universidades, artistas, poder local e governo federal vem sendo realizadas com o objetivo de registrar, preservar e difundir o fandango enquanto forma de manifestação artística, identidade e memória. A criação em 2005 do Museu Vivo do Fandango faz parte desse movimento.

Idealizado pela Associação Caburé em conjunto com uma serie de lideranças locais, o Museu se estende na faixa litorânea que vai do norte do Paraná ao sul de São Paulo - Morretes, Paranaguá, Guaraqueçaba, Cananéia e Iguape – área onde se concentra a tradição fandangueira. Como o próprio nome diz, a vontade nasce da idéia de se criar um museu vivo, que tem o território como sede, os saberes e memórias como coleção e a própria comunidade como sujeitos do processo de documentação e transmissão do seu patrimônio.

Cada uma das localidades que compõe a rede do Museu Vivo tem uma maneira particular de fazer fandango – um certo modo de tocar a rabeca, de denominar a viola, de entoar a voz. Aqui na Barra do Ribeira, em Iguape, conhecemos o Cleiton do Prado Carneiro - menino mestre construtor de rabeca – membro ativo do Museu e importante figura que trabalha pela difusão e afirmação do fandango e da identidade caiçara como um todo.

Para + informações:
http://www.museuvivodofandango.com.br/
Por Fiorela

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