segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O que virou?...por enquanto...

Desdobramentos do projeto original


O projeto inicial previa uma análise do processo de implantação de alguns Pontos de Cultura que trabalham com manifestações artísticas de tradição oral. Entendi, naquele momento, que duas pessoas eram suficientes, eu e alguma pessoa da área de humanas para ajudar na coleta e sistematização dos dados. Até então o recurso do vídeo tinha como propósito mais o aspecto de registro acadêmico. Porém, como o passar do tempo foi maturando a convicção sobre a possibilidade - e, de certa forma, a necessidade - de aproveitar melhor os recursos que teria em mãos. Na minha atividade docente e na minha militância, sempre tive a preocupação de transmitir com clareza minhas idéias, de tentar fazer chegar ao maior número de pessoas, o que devo e posso transmitir. Muitas vezes o discurso acadêmico tradicional é insuficiente para isso.

Em meados do ano passado, já com a cumplicidade de parte da equipe, começamos a ampliar os horizontes. Por que não produzir vídeos documentários, ensaios fotográficos, livros menos acadêmicos, programas de rádio, blog? Mas era preciso grana, pois teríamos que aumentar a equipe, comprar um carro maior, investir em equipamentos de melhor qualidade, mais material de consumo, gastar com despesas adicionais, com alimentação e hospedagem, etc. Tentei uma bolsa do CNPq e nada. Começamos a fazer projetos para Lei Rouanet, concorremos a uma bolsa da FUNARTE e enviamos uma proposta de edição de livro para a Lei de Incentivo de Londrina. Em nenhum dos casos obtivemos sucesso. O projeto está sendo todo financiado com recursos próprios, de economias pessoais e do meu salário da UEL. Cabe ressaltar que a bolsa que tenho do Programa Alban (da Comunidade Européia) não cobre o tempo de oito meses que ficarei fora da Europa realizando o trabalho de campo.

Sem financiamento externo e com um custo previsto de R$ 90.000,00 (noventa mil reais) tínhamos duas alternativas, diminuir o número de ações, o trajeto e o tempo da pesquisa/aventura ou fazer uma economia brutal.
Por unanimidade optamos pela segunda: manter todos os projetos, tempo e trajeto, investir na qualidade do carro e dos equipamentos e gastar o mínimo possível com a manutenção da equipe. Economia de guerra, todos os pequenos prazeres que dependem de dinheiro, racionados.

Hoje contamos com uma equipe de quatro pessoas (duas da área de Artes, uma de Ciências Sociais e uma de História) e pretendemos percorrer mais de quatorze mil quilômetros, sete estados nas cinco regiões do Brasil em oito meses.
Além dos dados necessários para a elaboração da minha uma tese de doutorado, a viagem prevê a efetivação de várias idéias/propostas. Cada um de nós pretende desenvolver uma proposta particular e simultânea aos projetos coletivos.
Até o momento estamos trabalhando coletivamente para produzir no mínimo um vídeo-documentário, três programas de rádios, um cd-rum, editar um livro de fotos e textos, manter este blog da viagem e redigir alguns artigos acadêmicos. Falaremos destes projetos mais específicos depois.


Piau

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